Vai um cafezinho? Ah, claro que vai.
Brasileiro que se preze não nega uma xícara, seja ao acordar, no meio da manhã, depois do almoço, finalzinho da tarde, e não se pode recusar antes de dormir.
O conceito surgiu do dia-a-dia, do que se vê, do que se sente, do que se vive.
O primeiro passo foi determinar o que se pode tirar do Brasil, definindo a partir de cores, formas, aromas, jeitos e maneiras, inspiração retirada dos sentidos, do ser brasileiro.
A paleta de cores foi determinada a partir do projeto FP (Favela Paiting), que aconteceu em 2005, realizado pela dupla Haas&Hahn, onde os artistas pintaram favelas no Rio de Janeiro, determinando o contraste entre pobreza, miséria e alegria, riqueza. As cores também foram selecionadas a partir de cartazes da Art Nouveau.
As formas para inspiração partiu do movimento Art Nouveau, onde as curvas bem acentuadas e linhas orgânicas dão movimento e delicadeza a cada detalhe, atrelando a própria riqueza natural do nosso país. Das formas não poderíamos descartar o corpo da própria mulher brasileira, que encanta a todos com as curvas marcantes, e tem o gingado que só a mulher daqui possui.
Estamos repletas de palavras que descrevem o Brasil, temos o gingado, as curvas, o contraste, a favela, a riqueza, os paradoxos, as cores, os movimentos, a mistura, o artesanato, a diversão, o jeitinho brasileiro, a gambiarra, a variedade, o café, e porque não juntar isso em uma xícara?
O famoso cafezinho brasileiro mescla as palavras, a imagem vai além, aguça os sentidos, da razão a parada obrigatória de todos os dias.
Para montar o cartaz combinamos técnicas, a fotografia da xícara dá a sensação de realidade; o café, como todo café que se preze é quentinho, a fumaça foi desenvolvida no ilustrador, partindo da lei da Gestalt “o todo é mais que as somas das partes”, onde as palavras que expressam os conceitos montam o formato da fumaça, dando maior ênfase às linhas, mas que observadas de perto expressam além do que a imagem traz em si.
A tipografia para as palavras foi Aller no peso Light, uma fonte sem serifas,o traço da tipografia é uniforme facilitando a leitura.
A fumaça é colorida, remete ao carnaval, a mistura, ao contraste, a festa, ao Brasil.
O café está pronto, seja do modo e gosto de sua preferência, vai com leite, ou sem, amargo ou doce, mistura açúcar ou adoçante, mas meche com os sentidos, desperta a brasilidade, lembrança de onde vivemos, samba tocando, a bola no pé, um pouco mais tarde, na janela de casa ainda vamos escutar.
Vai um cafezinho?

0 comentários:
Postar um comentário